quinta-feira, 10 de março de 2011

Sophie Scholl

Sophie Scholl (9 de maio de 1921 – 22 de fevereiro de 1943)

Tenho na minha cabeça uma lista muito bem selecionada de pessoas que eu considero incríveis, daquele tipo que me faz ser um pouco mais otimista em relação ao ser humano de forma geral. São pessoas que ao meu ver são tão raras que, ou nasce uma delas a cada 50 anos, no mínimo, ou elas não conseguem se descobrir, talvez por falta de motivos aparentes.

A partir de hoje, toda vez que me der vontade postarei uma ilustração e algo sobre essas pessoas que admiro, começando por Sophie Scholl, que era ávida leitora, fascinada por literatura e filosofia, com talento para desenho e pintura e ex-professora de crianças.

Durante o Terceiro Reich, com 21 anos, foi a única garota a fazer parte de um pequeno grupo chamado Rosa Branca, formado quando seu irmão, Hans Scholl, ao voltar da Polônia horrorizado com o regime nazista, se juntou com Sophie, que estudava biologia e filosofia, e o colega de medicina Christoph Probst para se opor pacificamente contra o nazismo, produzindo folhetos clandestinos divulgando os crimes do Führer.

Agiam desde o segundo semestre de 1942 e os textos, a princípio distribuídos na universidade de Munique, onde o grupo estudava, tiveram um impacto enorme. Logo começaram a ser distribuídos também em hotéis e restaurantes, e a serem enviados pelo correio para endereços de outras cidades do sul da Alemanha escolhidos aleatoriamente na lista telefônica. O sucesso dos folhetos foi acompanhado por pichações em muros com os dizeres "Fora Hitler" ou "Liberdade" e também vaias de estudantes obrigados a ouvir autoridades nazistas.

A Gestapo buscou pela organização estudantil por meses. Até que foram descobertos quando Sophie, cumprindo uma estratégia da Rosa Branca, lançou folhetos de cima das escadarias da universidade, para caírem sobre os estudantes ao soar do alarme de fim das aulas. Um servente filiado ao partido nazista denunciou Sophie e o grupo, que foram presos e indiciados por traição. Como nenhuma testemunha foi chamada - torturados, os jovens confessaram as ações -, o julgamento se resumiu a um monólogo inflamado do juiz, mas que não acovardou as palavras corajosas de Sophie, Hans e Christoph.

"Alguém tinha que dar o primeiro passo. O que nós escrevemos e dissemos é compartilhado por muitos outros, eles só não se expressaram como nós fizemos."

Os três foram sentenciados a morte e, contrariando a própria legislação alemã, que dá o direito de 99 dias entre a condenação e a execução, foram para a guilhotina apenas 4 dias após do julgamento. Primeiro Sophie, depois Christoph e por último Hans.

Disseram dos três que “Portaram-se com uma coragem extraordinária… Foram levados, primeiro a rapariga. Ela caminhou com uma calma absoluta. Não percebíamos que tal fosse possível. O carrasco confessou que nunca vira ninguém morrer assim.”

Da série "pessoas que admiro" - parte 1.

2 comentários:

  1. Nina, muito legal a postagem, vou aparecer e conferir outras vezes... Falamos...

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  2. Nossa... eu tinha esquecido disso tudo.
    Lembro-me q fiquei encantada ao ler sobre Sophie qdo ainda era menina. Foi uma inspiração.
    Como vc acha que seria a Sophie hj Nin?

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